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quarta-feira, 9 de março de 2016

A supremacia das Escrituras e a primazia da pregação


O apóstolo Paulo, o maior bandeirante do Cristianismo, fechando as cortinas da vida, na antessala de seu
martírio, ordenou a Timóteo: “Prega a palavra…” (2Tm 4.2). Uma coisa é pregar a palavra, outra coisa é pregar
sobre a palavra. A palavra é o conteúdo da pregação e a autoridade do pregador. O pregador não é a fonte da
mensagem, mas seu instrumento. O pregador não produz a mensagem, transmite-a. O pregador é um arauto; a
mensagem não é sua, mas daquele que o enviou. Seu papel não é tornar a mensagem mais palatável aos
ouvidos das pessoas, mas transmiti-la com fidelidade. Duas verdades devem ser destacadas no texto de
2Timóteo 4.2.
Em primeiro lugar, a supremacia das Escrituras. Paulo escreve: “Prega a palavra”. Paulo não ordena a Timóteo
a pregar suas próprias ideias nem o autoriza a pregar a mensagem mais popular da época. Timóteo deveria
pregar a palavra. Não temos outra mensagem a transmitir a não ser a palavra de Deus. O pregador não pode
criar a mensagem; é sua incumbência transmiti-la. Não tem o direito de sonegar parte da mensagem que recebe;
deve comunicá-la com inteireza. Hoje, muitos pregadores pregam outro evangelho. Um evangelho que não tem
boas novas de salvação. Um evangelho fabricado no laboratório do enganoso coração humano. Um evangelho
que atrai multidões, mas não tem poder para transformá-las. Um evangelho humanista, centrado no homem, e
não o evangelho da graça, centrado em Cristo e na sua obra redentora. Floresce hoje o espúrio evangelho da
prosperidade, prometendo aos homens as riquezas e glórias deste mundo, mas sonegando a eles a palavra da
salvação eterna. Recrudesce um evangelho místico, sincrético, com fortes laivos de paganismo, desviando os
incautos da cruz de Cristo, para sua própria ruína e destruição. Ah, é tempo da igreja voltar-se para o lema da
Reforma: “Sola Scriptura”! É preciso interromper essa marcha inglória de uma pregação cheia do homem e vazia
de Deus; uma pregação que promete curas, milagres e prosperidade, mas não oferece aos perdidos a vida
eterna em Cristo Jesus. É preciso colocar em relevo a mensagem da graça e erguer o estandarte da cruz onde
os pregadores infiéis drapejam a bandeira de perigosas heresias. Precisamos de uma volta ao Cristianismo
apostólico, onde a igreja reconheça a supremacia das Escrituras e coloque a palavra de Deus no centro do culto,
da pregação e da vida.
Em segundo lugar, a primazia da pregação. Paulo escreve: “Prega a palavra”. Uma vez que temos a palavra de
Deus, inspirada pelo Espírito de Deus, inerrante, infalível e suficiente não podemos guardá-la apenas para nós. A
palavra que nos foi confiada precisa ser transmitida. A mensagem que recebemos deve ser proclamada com
fidelidade, entusiasmo e urgência. Não basta reconhecer a supremacia das Escrituras; é preciso estar
comprometido com a primazia da pregação. Sonegar a palavra é privar as pessoas de conhecer a graça de
Deus. Reter a mensagem da salvação é uma atitude cruel com os perdidos, uma vez que a fé vem pelo ouvir a
palavra. Deus chama os seus escolhidos por meio da palavra. A palavra de Deus é poderosa. Tem vida em si
mesma. É a divina semente, que semeada em boa terra produz a trinta, a sessenta e a cento por um. Nunca
volta para Deus vazia. Sempre cumpre o propósito para o qual foi designada. Cabe à igreja levantar-se, no poder
do Espírito Santo, e pregar a tempo e a fora de tempo essa palavra da vida. Cabe à igreja instar com os
pecadores para que se voltem para Deus em arrependimento e fé. É responsabilidade da igreja corrigir,
repreender e exortar a todos, com toda a longanimidade e doutrina, pois multiplicam-se os falsos mestres,
movidos por sórdida ganância, atraindo para si aqueles que sentem coceira nos ouvidos, entregando-se a
fábulas, em vez de ouvir a mensagem da graça. Que Deus traga sobre nós um poderoso reavivamento espiritual,
colocando a igreja de volta nos trilhos da verdade, a fim de que ela entenda a supremacia das Escrituras e se
comprometa com a primazia da pregação.

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