A redenção precede a santidade. Antes de dar a lei moral para o seu povo, Deus falou-lhe de seu resgate da
escravidão (Ex 20.1,2). Porque somos o povo da aliança, devemos observar os preceitos do pacto. Deus nos
deu um dia da semana para cessarmos nossas atividades comuns, a fim de cultivarmos um relacionamento
profundo com ele. A observância do dia do Senhor é uma expressão do amor de Deus por nós e uma
oportunidade para estreitarmos nossa comunhão com ele e nos deleitarmos nele. Devemos nos alegrar em Deus
mais do que nas bênçãos de Deus. Deus é melhor do que suas dádivas.
O sábado judaico foi substituído pelo domingo, o dia do Senhor. O sábado marca o fim da obra da
criação e o
domingo o fim da obra da redenção. Deus designou um dia inteiro em cada sete (Is 56.2-7), que era o sábado
desde o princípio do mundo até a ressurreição de Cristo (Gn 2.3) e o domingo desde então, e há de assim
continuar até o fim do mundo (At 20.7; 1Co 16.2). Cristo consumou a obra da redenção na cruz e ressuscitou no
domingo (Mt 28.1-6). Ele apareceu aos seus discípulos no domingo (Jo 20.19-29). Num domingo, o Espírito
Santo foi derramado (At 2.1-4). Num domingo, a igreja cristã se reunia para ofertar e adorar (1Co 16.2) e celebrar
a ceia (At 20.7). Num domingo Jesus apareceu a João na Ilha de Patmos para trazer-lhe a revelação apocalíptica
(Ap 1.10). Desde então, a igreja cristã, ao longo dos séculos tem separado o primeiro dia da semana, o dia do
Senhor, para dedicar-se e consagrar-se a Deus e à sua obra.
Os apóstolos, os nossos primeiros pais, os reformadores, os puritanos e aqueles que nos legaram o evangelho
tiveram um santo zelo na observância do dia do Senhor. Entretanto, a secularização que invadiu a nossa cultura
tem influenciado de tal forma a igreja, que os cristãos contemporâneos estão desprezando essa observância.
Poucos são os crentes que se preparam espiritualmente para virem à Casa de Deus no domingo. Muitas vezes,
enchemos de tal maneira a nossa agenda no sábado à noite, que no domingo ausentamo-nos da igreja, ou
chegamos atrasados ou até mesmo comparecemos, mas com uma séria indisposição físico-mental para estudar
as Escrituras. Há aqueles que substituem o culto do dia do Senhor por quaisquer outros compromissos, dando
clara evidência de que relegam a um plano secundário a observância desse preceito bíblico. Na verdade, temos
pecado contra Deus neste aspecto. Precisamos nos arrepender e voltarmo-nos ao ensino das Escrituras.
Precisamos preparar os nossos corações e de antemão ordenar os nossos negócios ordinários (Ex 16.22-30; Ne
13.15-22; Lc 23.56), a fim de descansarmos de nossos labores seculares (Ex 20.8-11; Jr 17.21,22) e recreações
(Is 58.13,14) para nos ocuparmos em exercícios públicos e particulares de culto e também nos deveres de
necessidade e misericórdia (Lc 4.16; Lv 23.3; At 20.7).
O desprezo do dia do Senhor traz consequências graves para a família e para a igreja. As diversões, a televisão,
os esportes, ou mesmo a ociosidade no dia do Senhor estão levando os crentes à indolência espiritual. Estamos
sendo engolidos pelo secularismo que despreza a Deus e sua santa Palavra. Precisamos nos voltar para o
Senhor, lembrarmo-nos do dia do Senhor com santo deleite e profusa alegria. Na geração do descompromisso,
do relativismo moral, da apatia espiritual, do misticismo heterodoxo, é preciso que a igreja se arrependa, se
humilhe e se levante no poder do Espírito para viver de modo digno de Deus. É tempo de resgatarmos a
observância fiel e zelosa do dia do Senhor!
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