O bálsamo ao ser colocado em uma ferida produz alívio; o vinagre, dor. Nós, de semelhante modo, podemos ser
em nossos relacionamentos bálsamo ou vinagre. Podemos ser terapeutas da alma ou flageladores do espírito.
Podemos oferecer um ombro amigo e hospitaleiro ao nosso irmão, aliviando-lhe o peso da jornada ou colocar
ainda mais fardos sobre as suas costas. Podemos ser pessoas encorajadoras como Barnabé ou críticas como os
fariseus.
É triste ver pessoas que parecem ser um barril de vinagre, estão sempre azedas, destilando pessimismo em
todas as suas palavras. Há pessoas que só olham para a vida com lentes escuras, só enxergam no horizonte
nevoeiro denso, só vêem as coisas de forma embaçada. São verdadeiros potes de vinagre, azedam tudo ao
redor. Transferem todo o seu azedume existencial para as pessoas à sua volta e para as circunstâncias que os
cercam. Essas pessoas, via de regra, padecem do mal do pessimismo; põem obstáculo em tudo, criticam tudo,
têm um prazer mórbido de desencorajar aqueles que estão no campo da luta. Não podemos permitir que essas
pessoas interfiram na nossa caminhada. Não podemos nos capitular às críticas acres nem ao
pessimismo
doentio daqueles que apenas se interpõem em nosso caminho para nos desencorajar. Não podemos ser um
produto daquilo que as pessoas falam ao nosso respeito. Não podemos permitir que as críticas ou louvores tirem
os nossos olhos do alvo. Não podemos perder o ânimo só porque há mais vinagre do que bálsamo em nossas
feridas. O grande bandeirante do cristianismo, Paulo, mesmo sendo um homem impoluto e sem jaça, mesmo
trilhando as veredas da irrepreensibilidade, foi perseguido, açoitado, fustigado com varas, apedrejado,
injustiçado, abandonado, mal falado, sem contudo, perder a alegria da vida nem mudar o rumo da sua
caminhada.
Não há coisa mais gratificante na vida do que ser bálsamo para as pessoas aflitas, ser fonte de consolo para os
tristes, ser pernas para os aleijados e olhos para os cegos. Dar é melhor do que receber, ser bênção é melhor do
que ser abençoado, ser bálsamo é melhor do que ser vinagre. Nossa família precisa ser melhor pelo simples fato
de estarmos presentes. Nossa igreja precisa ser mais amorosa, mais acolhedora, mais simpática, mais cheia das
consolações do Espírito, pela razão de fazermos parte dela. Precisamos ser uma fonte no ermo, um oásis no
deserto, um canal do bálsamo consolador do Espírito na vida das pessoas que vivem ao nosso redor. Nossa
língua precisa ser medicina para a alma dos aflitos. Nosso lar precisa ser um refúgio e uma fonte de consolo para
os que, confusos, buscam orientação. Nossa igreja precisa ser um lugar de vida, de cura, de restauração, de
encorajamento recíproco. Que Deus nos dê a graça de abrirmos as fontes do bálsamo e fecharmos as torneiras
do vinagre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário