As sete igrejas da Ásia Menor, conhecidas como as igrejas do Apocalipse, estão mortas. Restam apenas ruínas
de um passado glorioso que se foi. As glórias daquele tempo distante estão cobertas de poeira e sepultadas
debaixo de pesadas pedras. Hoje, nessa mesma região tem menos de 1% de cristãos. Diante disso, uma
pergunta lateja em nossa mente: o que faz uma igreja morrer? Quais são os sintomas da morte que ameaçam as
igrejas ainda hoje?
1. A morte de uma igreja acontece quando ela se aparta da verdade. Algumas igrejas da Ásia Menor foram
ameaçadas pelos falsos mestres e suas heresias. Foi o caso da igreja de Pérgamo e Tiatira que deram
guarida à
perniciosa doutrina de Balaão e se corromperam tanto na teologia como na ética. Uma igreja não tem antídoto
para resistir a apostasia e a morte quando a verdade é abandonada. Temos visto esses sinais de morte em
muitas igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações histórias capitularam-se
tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento
dessas igrejas por um lado ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com
a verdade e com a santidade.
2. A morte de uma igreja acontece quando ela se mistura com o mundo. A igreja de Pérgamo estava dividida
entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual
entre seus membros. Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava
com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se
com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.
3. A morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes
olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de
Cristo já estava morta. A igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada, quando na verdade era pobre e
miserável. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à
beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.
4. A morte de uma igreja acontece quando ela não associa a doutrina com a vida. A igreja de Éfeso foi
elogiada por Jesus pelo seu zelo doutrinário, mas foi repreendida por ter abandonado seu primeiro amor. Tinha
doutrina, mas não vida; ortodoxia, mas não ortopraxia; teologia boa, mas não vida piedosa. Jesus ordenou a igreja
a lembrar-se de onde tinha caído, a arrepender-se e a voltar à prática das primeiras obras. Se a doutrina é a base
da vida, a vida precisa ser a expressão da doutrina. As duas coisas não podem viver separadas. Uma igreja viva
tem doutrina e vida, ortodoxia e piedade.
5. A morte de uma igreja acontece quando falta-lhe perseverança no caminho da santidade. As igrejas de
Esmirna e Filadélfia foram elogiadas pelo Senhor e não receberam nenhuma censura. Mas, num dado momento,
nas dobras do futuro, essas igrejas também se afastaram da verdade e perderam sua relevância. Não basta
começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima
geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da
primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de
pensarmos: como será nossa igreja nas próximas gerações? Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e
netos? Uma igreja viva ou igreja morta?
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